O esmalte dentário, apesar de ser um tecido mineral extremamente resistente, pode sofrer danos quando não recebe os cuidados adequados, resultando em seu desgaste.

Embora o esmalte dos dentes possa aparentar ser praticamente indestrutível devido à sua resistência, não é imune a danos. Caso não seja mantido corretamente, pode ser suscetível a desgastes ao longo do tempo.

Quando esse desgaste acontece, a camada subjacente, chamada dentina, fica mais exposta, o que pode acarretar em diversas consequências adversas. Por isso, é crucial estar atento aos nossos hábitos, já que alguns deles podem contribuir para esse desgaste.

Pensando nisso, elaboramos este artigo para informar sobre as causas desse desgaste e como evitá-lo. Continue a leitura para descobrir se é viável restaurar o esmalte dentário já desgastado!

O que é o esmalte dentário?

O esmalte dentário é a camada externa dos dentes, tendo a função de cobrir e proteger a dentina. É considerado o tecido mais mineralizado do corpo humano, composto principalmente por hidroxiapatita, uma forma cristalizada de fosfato de cálcio.

Contrariamente ao que muitos pensam, o esmalte dentário não determina a cor dos dentes. Na realidade, essa camada é translúcida, permitindo que a cor natural da dentina seja visível. Consequentemente, se a dentina apresentar coloração mais clara ou amarelada, o dente refletirá essa aparência.

Por que o esmalte dos dentes é tão importante?

Apesar de a maior parte dos nossos dentes ser composta por dentina, este tecido, embora mineralizado e mais resistente que os ossos, necessita da proteção oferecida pelo esmalte dentário. Isso ocorre porque a dentina é mais porosa e sensível do que o esmalte.

Dessa forma, a importância do esmalte reside em sua função protetora à dentina, prevenindo o contato desta com fatores externos. Ele protege a polpa, a região vital do dente que abriga nervos, vasos sanguíneos e outras estruturas. Assim, quando a dentina não está devidamente protegida, a polpa fica suscetível a agressões externas, resultando em sensibilidade, dor e maior propensão a problemas como cáries.

Quais são as causas da perda do esmalte dentário?

A perda do esmalte dentário pode ocorrer por razões cotidianas aparentemente simples, tornando essencial atentar-se aos nossos hábitos e saúde para evitar a desmineralização desse tecido, que leva ao seu enfraquecimento e afinamento.

A seguir, listamos as principais causas da perda do esmalte:

Alimentação inadequada O consumo excessivo de alimentos ácidos pode ter efeitos prejudiciais ao esmalte dos dentes, já que possuem um pH baixo, dissolvendo os minerais dessa camada protetora.

Alguns alimentos altamente ácidos que podem prejudicar os dentes incluem:

Frutas cítricas; Bebidas energéticas; Refrigerantes; Isotônicos; Doces e açúcares; Alimentos ricos em amido. Higienização insuficiente Quando a higiene bucal não é eficiente, os resíduos alimentares permanecem no esmalte dos dentes, permitindo a proliferação bacteriana. Essas bactérias se alimentam desses resíduos e, ao mesmo tempo, liberam ácidos que dissolvem os minerais do esmalte, contribuindo para a deterioração e causando gengivite.

Alterações no pH bucal Alimentos ácidos podem alterar o pH bucal, levando à erosão do esmalte. Isso também ocorre quando a higiene bucal é inadequada ou quando há diminuição na produção de saliva. Esse problema pode ser causado pela desidratação, xerostomia (boca seca) ou como efeito colateral de certos medicamentos que afetam o fluxo salivar.

Refluxo gastroesofágico O refluxo gastroesofágico é uma condição na qual ocorre o retorno de ácidos gástricos e alimentos do estômago para o esôfago, devido a um mau funcionamento da válvula que separa esses órgãos. Isso permite que o conteúdo estomacal alcance o esôfago, a garganta e a boca, causando contato dos ácidos estomacais com os dentes e contribuindo para a perda de minerais do esmalte.

Distúrbios alimentares A bulimia, um distúrbio alimentar caracterizado por episódios frequentes de vômito, pode resultar no desgaste do esmalte dentário devido à exposição dos ácidos estomacais aos dentes. Assim como no refluxo gastroesofágico, a exposição frequente a esses ácidos pode levar à desmineralização do esmalte.

Bruxismo O bruxismo, conhecido como ranger dos dentes, pode levar ao desgaste do esmalte devido ao atrito entre os dentes. Isso é causado por uma disfunção dos músculos mastigatórios. Principalmente durante o sono e de forma inconsciente, a pessoa aperta e esfrega os dentes uns nos outros, resultando em desgaste do esmalte.

É possível restaurar o esmalte dentário?

Em determinados casos, é viável restaurar o esmalte dentário desgastado, enquanto em outros casos é necessário efetuar a restauração. Portanto, o tratamento do desgaste varia dependendo da gravidade do problema.

Quando a desmineralização está no estágio inicial, é possível utilizar pastas dentais que ajudam a repor os minerais perdidos. Simultaneamente, é fundamental eliminar as causas do problema.

Alguns pacientes podem apresentar deficiências nutricionais, como a falta de cálcio ou vitamina D. A reposição desses nutrientes pode ser benéfica para a saúde do esmalte.

Porém, em estágios mais avançados de desgaste, não é possível regenerar o esmalte dos dentes. Nesses casos, é necessário realizar uma restauração. As técnicas de restauração variam de acordo com a extensão do desgaste. Pode-se optar por restauração direta com resina, colocação de coroas, facetas de porcelana ou lentes de contato dental.

Em situações como bulimia, bruxismo e refluxo gastroesofágico, é crucial tratar essas condições, pois são causas subjacentes do desgaste do esmalte.

Ressalta-se que o tratamento deve ser orientado pelo dentista. Não é aconselhável tentar solucionar o problema por conta própria ou adotar medidas caseiras para restaurar o esmalte dos dentes.

Como prevenir a perda de esmalte dos dentes?

É possível evitar o desgaste e outras complicações bucais por meio de medidas simples. Aqui estão algumas recomendações para prevenir o desgaste e manter a saúde bucal em equilíbrio:

Adote uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes; Evite roer unhas, morder objetos duros ou usar os dentes como ferramentas; Limite o consumo de alimentos muito açucarados ou ácidos; Escove os dentes após cada refeição; Trate doenças e problemas que possam prejudicar os dentes; Caso tenha dentes tortos ou problemas na mordida, consulte um ortodontista; Beba bastante água para estimular a produção de saliva.

A perda do esmalte dentário pode começar de forma sutil e imperceptível. Portanto, além de seguir esses cuidados, é essencial fazer visitas regulares ao dentista. Dessa forma, junto com o profissional, é possível monitorar a saúde bucal e identificar problemas, incluindo o desgaste do esmalte, em estágios iniciais.

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