As manchas esbranquiçadas presentes no interior das bochechas, gengivas ou língua podem indicar a presença de leucoplasia oral, necessitando de intervenção odontológica.

Conforme o tempo avança e a idade progride, certos problemas de saúde têm maior probabilidade de surgir ou se agravar, especialmente quando há determinados hábitos prejudiciais. A leucoplasia é um exemplo disso, sendo mais comum em indivíduos acima dos 40 anos. No entanto, é essencial estar ciente dos seus sinais e sintomas, mesmo se você for mais jovem.

O aparecimento da leucoplasia indica uma condição comprometedora da saúde bucal e pode ser um indício ou precursor do câncer bucal. Portanto, é crucial tomar medidas assim que se identificar qualquer um dos sinais e também melhorar os hábitos diários.

Então, quais comportamentos podem propiciar o surgimento da leucoplasia na boca? O que você deve observar? Encontre as respostas para essas perguntas abaixo!

O que é a leucoplasia? A leucoplasia envolve o surgimento de manchas esbranquiçadas e espessas no interior das bochechas, na língua ou na gengiva. Isso ocorre devido ao espessamento da camada superficial de queratina e ao crescimento excessivo das células. Em resumo, trata-se da formação de lesões na mucosa oral.

É importante ressaltar que essas placas geralmente não causam coceira, dor ou sensação de queimação. Elas também não podem ser removidas por raspagem. Embora na maioria dos casos a leucoplasia seja benigna, existem situações em que os sinais indicam o surgimento inicial do câncer bucal.

Portanto, pode ser considerada uma lesão pré-maligna, com potencial para evoluir para um tumor se já houver alterações pré-cancerígenas e se não for tratada adequadamente por um dentista. Além disso, alguns casos de leucoplasia, quando diagnosticados, já são malignos.

Normalmente, existem dois tipos de alterações: a forma proliferativa e a forma localizada. A primeira tem um alto risco de se transformar em carcinoma de células escamosas (CCE), uma neoplasia maligna que se origina no epitélio de revestimento bucal. No segundo caso, o risco é menor, mas ainda considerável, de a leucoplasia se tornar câncer.

Portanto, é fundamental consultar um dentista assim que notar as manchas esbranquiçadas para cuidar da saúde bucal. Não apenas a integridade da sua boca depende disso, mas também a saúde geral do seu corpo.

O que pode causar as placas brancas? Existem diversos fatores que podem desencadear ou contribuir para o surgimento das placas brancas na língua, gengiva e interior das bochechas. Veja alguns dos principais:

  • Uso prolongado de tabaco, seja mascado ou fumado (charuto, cachimbo, cigarro, etc.);
  • Consumo prolongado de álcool, ou seja, quem bebe há muitos anos tem um risco aumentado de desenvolver lesões na boca. É importante ressaltar que o uso conjunto de álcool e tabaco aumenta o surgimento da leucoplasia, pois agem como irritantes químicos;
  • Próteses mal ajustadas, dentaduras mal encaixadas ou danificadas;
  • Dentes irregulares, quebrados ou parcialmente danificados por cárie;
  • Lesões decorrentes de mordidas acidentais no interior das bochechas;
  • Fatores e características do organismo que facilitam ou desencadeiam processos inflamatórios;
  • Irritação mecânica que resulta em irritação crônica dos tecidos bucais, entre outros.

Quais são os sintomas? A leucoplasia oral geralmente não causa dor ou desconforto, portanto, requer atenção especial. É essencial observar regularmente a boca, verificando o interior das bochechas, língua e gengiva para garantir que não existam sinais dessa condição.

A seguir, veja quais são os sintomas mais comuns da leucoplasia!

Manchas O principal sintoma da leucoplasia é o surgimento de manchas brancas nos locais mencionados anteriormente. Essas manchas também podem apresentar tons acinzentados, escuros ou vermelhos e não são removidas durante a higiene bucal, como na escovação. Mesmo ao escovar, esfregar, as manchas persistem.

Ao examinar a língua, é importante observar a parte inferior, já que o aparecimento de manchas brancas nessa região pode passar despercebido. Além disso, verifique a parte interna das gengivas, que é mais difícil de observar diretamente. Você pode usar um espelho para ajudar nessa verificação.

Entre as condições da língua, há também a chamada língua branca. Ela é distinta da leucoplasia, pois é caracterizada pelo acúmulo excessivo de micro-organismos na superfície, resultando em um aspecto esbranquiçado. Conhecida como saburra lingual, essa cobertura normalmente é composta por bactérias, fungos, células mortas e outros elementos. A partir dessa placa branca, outros problemas bucais podem surgir, como irritação nas papilas, halitose, língua áspera, entre outros.

No entanto, a língua branca é diferente das manchas brancas e endurecidas da leucoplasia. Isso se deve ao fato de que, dependendo da intensidade, a língua branca pode ser removida com escovação e raspador de língua. Em outros casos, a remoção dessa camada depende de orientação odontológica.

Textura irregular e áreas grossas ou duras As manchas da leucoplasia apresentam uma textura irregular ou plana, com superfície dura. Além de uma área endurecida ou mais espessa, as bordas são elevadas e também grossas. Em resumo, é importante prestar atenção a quaisquer alterações nos tecidos da cavidade bucal.

Lesões avermelhadas

Outra forma de identificar a leucoplasia é através da observação de lesões avermelhadas elevadas, chamadas de leucoplasia salpicada ou eritroplasias. Nesses casos, há uma maior probabilidade de já existirem sinais ou indícios pré-cancerosos. Além disso, observe se há presença de nódulos. Em caso de dúvida, busque ajuda odontológica.

Dor Como mencionado, é incomum haver dor ou desconforto significativo com as manchas brancas. O mesmo vale para os cânceres que se desenvolvem na boca, pois geralmente não são dolorosos. No entanto, em estágios avançados, pode haver dor.

Infelizmente, isso tende a acontecer quando a situação já está grave. Portanto, não espere chegar a esse ponto! Além disso, observe se há dor ao engolir.

Placas pilosas, escamosas e ásperas

Há também a leucoplasia pilosa, conhecida como cabeluda ou peluda. Essa condição provoca o surgimento de placas pilosas na boca, que se assemelham a dobras ou cristas e podem ser confundidas com candidíase oral, conhecida popularmente como “sapinho”.

Essas manchas onduladas e fixas são mais comuns na lateral da língua, podendo ser unilaterais ou bilaterais. No entanto, também podem surgir nas faces ventral ou dorsal da língua, bem como na gengiva ou na mucosa oral.

Além disso, a leucoplasia pilosa é mais comum em pessoas com HIV. No entanto, saiba que ela resulta de infecções causadas pelo vírus Epstein-Barr (VEB), que permanece no organismo ao longo da vida. Geralmente em estado latente, esse vírus pode ser ativado ou reativado devido a um sistema imunológico enfraquecido. Isso é um dos principais fatores para sua ocorrência em pacientes soropositivos, já que o sistema imunológico dessas pessoas apresenta deficiências.

O aparecimento da leucoplasia pilosa oral (LPO) pode indicar riscos maiores para a saúde, como a possibilidade de que o tratamento ou terapia antirretroviral não estejam funcionando. Ou ainda, que o HIV esteja se espalhando pelo organismo da pessoa.

Portanto, é necessário prestar atenção aos sintomas. Além de serem brancas, as lesões tendem a ser escamosas e ásperas, assemelhando-se a “fios de cabelo”. Daí vem o nome “leucoplasia cabeluda ou peluda”.

A leucoplasia tem tratamento?

Os tratamentos para a leucoplasia requerem acompanhamento odontológico e médico. Existem algumas considerações e etapas a serem observadas. Veja:

Prevenção Uma das principais abordagens para lidar com essa condição é prevenir (e até mesmo remover) os fatores que predispõem e potencializam o surgimento das manchas. Por exemplo, parar de usar álcool e tabaco, além de evitar elementos que causam irritação crônica, como próteses mal ajustadas ou quebradas. O mesmo se aplica a bordas cortantes de dentes danificados que precisam ser reparados.

Se você costuma morder constantemente a parte interna da boca ou mesmo a língua, é importante conversar com seu dentista para receber orientações sobre como evitar esse hábito. Afinal, isso pode levar a irritações nos tecidos afetados pelas mordidas.

Diagnóstico e exames Durante a avaliação odontológica da mucosa oral, o profissional examinará sua boca para confirmar ou descartar a presença de leucoplasia, caso as manchas não tenham outra causa. Em geral, os casos de leucoplasia requerem biópsias para análises histológicas, ou seja, pequenos fragmentos de tecido das lesões são removidos para exames.

A biópsia é crucial para determinar se há câncer ou se a lesão está em um estágio pré-canceroso. No laboratório, o especialista examinará o tecido enviado para verificar se há células anormais, isto é, carcinoma. Se confirmado, pode ser realizada uma biópsia excisional (remoção total do tumor).

Em outras palavras, o dentista (ou médico) pode remover uma das lesões da boca, caso seja pequena. Se as lesões forem grandes, será necessário um cirurgião-dentista, pois a remoção exige um profissional especializado.

Tratamento e remoção Se a lesão já estiver em um estágio pré-canceroso ou já for cancerígena, o profissional de saúde a removerá cirurgicamente. Cerca de um quarto das leucoplasias se transforma em câncer.

A remoção cirúrgica pode ser realizada por métodos convencionais ou por criocirurgia (congelamento dos tecidos), eletrocauterização ou com o uso de lasers de alta potência. Essas técnicas costumam ter uma alta taxa de sucesso na diminuição do risco de malignidade das leucoplasias orais.

É importante destacar que mesmo que a condição regresse, até o momento não há tratamentos para leucoplasia que impeçam a recorrência ou a transformação em uma forma maligna. Portanto, é fundamental manter o acompanhamento odontológico regular.

Ao fazer consultas regulares, é possível verificar se as manchas retornaram, permitindo lidar com elas o mais rapidamente possível. Dessa forma, é possível manter a saúde bucal sob controle.

Tratamento para LPO No caso da leucoplasia pilosa oral, as manchas costumam diminuir devido ao tratamento antirretroviral que melhora a imunidade. É importante ressaltar que o tratamento normalmente envolve dois tipos de medicamentos: sistêmico e tópico.

Em resumo, a terapia antirretroviral contribuiu para a redução da prevalência da Leucoplasia Pilosa Oral (LPO). No entanto, mesmo após a remoção das manchas, ainda persiste o risco de desenvolver algum tipo de câncer bucal no futuro, tornando essencial o acompanhamento odontológico.

Quais são os fatores agravantes desse problema?

O consumo de álcool e tabaco tende a agravar e intensificar o surgimento da leucoplasia. O álcool impacta a permeabilidade da membrana plasmática nas células bucais, permitindo que toxinas do tabaco penetrem mais facilmente. Esses elementos podem interferir nos aspectos genéticos, aumentando ao longo do tempo a probabilidade de mutações e desenvolvimento de células cancerígenas.

Resumidamente, fumantes e indivíduos que consomem álcool regularmente têm maior incidência de leucoplasia. Outro agravante é a idade, já que a patologia é mais comum em pessoas de 40 a 75 anos. A exposição excessiva aos raios ultravioletas (UHV) também é um fator de risco, associada à leucoplasia na região do vermelhão do lábio inferior, podendo ainda estar relacionada a outra condição pré-maligna, a queilose actínica.

Como prevenir o surgimento das placas e manchas?

Primeiramente, mantenha uma boa higiene bucal, escovando os dentes regularmente e visitando o dentista com frequência. Esteja atento a qualquer incômodo ou corte na parte interna da boca ao mastigar ou em repouso e comunique ao dentista para que seja tratado.

Próteses dentárias, aparelhos ortodônticos, dentaduras, entre outros, precisam ser reparados ou substituídos assim que surgirem problemas. Além disso, reduza o consumo de álcool e tabaco, pois isso é crucial para diminuir a irritação nas células bucais e, consequentemente, a leucoplasia.

Se for difícil reduzir ou eliminar esses hábitos, tente aumentar as visitas ao dentista. Converse com seu médico pessoal para obter orientações sobre como controlar ou evitar o álcool e o fumo.

Isso é particularmente importante se você já estiver em tratamento, para evitar agravamento do estado bucal, ou se já teve leucoplasia e foi tratado, visando reduzir as chances de recorrência.

Além disso, melhore sua alimentação, consumindo mais vegetais, legumes e frutas. Alimentos ricos em antioxidantes podem ajudar a diminuir o risco de leucoplasia, pois esses nutrientes neutralizam moléculas que podem causar danos aos tecidos.

Por fim, é fundamental buscar assistência especializada ao notar as alterações mencionadas neste texto. Quanto mais cedo buscar ajuda, mais rápido poderá iniciar um ou mais tratamentos para leucoplasia indicados pelo seu dentista. Isso aumenta as chances de prevenir complicações mais graves da patologia, preservando assim sua saúde bucal.

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