O aumento na produção de saliva nem sempre é algo benigno e requer atenção específica. Descubra mais sobre as causas e sintomas da sialorreia.

Praticamente todos já puderam observar a salivação excessiva em bebês. Até os três primeiros anos de vida, é comum o ato de “babar” ser considerado normal. Entretanto, o problema surge quando persiste e se torna frequente na fase adulta, indicando um possível caso de sialorreia.

Conhecida também como hipersalivação ou hipersialose, essa condição pode estar relacionada a desequilíbrios no funcionamento de várias partes do corpo. Em muitos casos, sugere que a saúde bucal não está adequada, demandando a intervenção de profissionais da odontologia.

Para entender mais sobre as causas, sintomas e tratamentos, continue a leitura do artigo!

O que é sialorreia?

A sialorreia é caracterizada pela produção excessiva de saliva, levando o paciente a ter dificuldade para engolir esse volume adicional. É um distúrbio que pode surgir devido à hipersecreção das glândulas presentes na boca ou a falhas na coordenação da musculatura da face, língua e palato.

Geralmente, o público infantil apresenta sintomas devido à falta de controle dos músculos envolvidos na deglutição. Por isso, é comum que os sinais persistam até que as glândulas salivares amadureçam completamente, durante a fase de dentição ou em casos de infecções virais.

De qualquer forma, é essencial buscar a orientação de um profissional de saúde para identificar as verdadeiras causas e as abordagens necessárias. Esse cuidado é fundamental para obter informações confiáveis e o melhor tratamento odontológico ou médico.

Quais são os sintomas mais comuns?

Os efeitos desse distúrbio variam conforme o tipo de sialorreia. A anterior ocorre quando a saliva é eliminada pela cavidade oral, fazendo com que o indivíduo tenha dificuldade em controlar a saída de líquido pela boca.

Já a posterior acontece quando o excesso de saliva atinge a faringe ou a laringe, podendo entrar nas vias aéreas inferiores e aumentar o risco de pneumonia aspirativa, quando o líquido em excesso é aspirado para os pulmões.

Dessa forma, é evidente que a hipersalivação pode causar desde desconfortos até doenças mais graves. A seguir, confira um resumo dos principais sintomas.

  1. Dificuldade para engolir e falar: O aumento do fluxo de saliva prejudica a comunicação oral, dificultando o uso da voz e a expressão. Além disso, pode tornar a deglutição mais complicada e cansativa devido ao excesso de líquido.
  2. Saliva escapando da boca: A sialorreia afeta a qualidade de vida ao impedir que o paciente controle a saída de saliva. Durante o episódio, é comum que a secreção escape frequentemente, acumulando-se principalmente nos cantos dos lábios.
  3. Lesões cutâneas: Pequenos ferimentos podem ser observados durante a higiene bucal e os cuidados com o corpo. A pessoa pode apresentar rachaduras nos lábios, feridas ao redor da boca, no queixo e até mesmo no pescoço.
  4. Engasgos e tosse frequente: O desconforto na região da garganta é outro resultado da hipersalivação. Com o aumento da lubrificação, os líquidos tendem a se acumular, favorecendo os engasgos. O paciente pode tossir muito para tentar remover o bloqueio causado pela saliva.

Quais são as causas do problema?

Diversos fatores podem estar por trás do quadro de sialorreia. A lista inclui desde problemas odontológicos, como gengivite, até doenças de origem genética. Independentemente da causa, é fundamental contar com o suporte especializado após qualquer sinal de preocupação.

Confira as principais causas e os fatores de risco para o distúrbio.

  1. Alterações neurológicas: Qualquer doença que afete o processo de lubrificação da boca pode contribuir para a hipersalivação. Isso inclui condições como paralisia cerebral, esclerose lateral amiotrófica, doença de Parkinson e acidente vascular cerebral.
  2. Problemas estomacais: Doenças como refluxo gastroesofágico aumentam o risco de salivação excessiva. Isso ocorre porque o conteúdo ácido do estômago retorna para o esôfago, alcançando a laringe e a boca. Nesses casos, há uma lubrificação excessiva da cavidade oral e uma sensação de queimação.
  3. Uso de medicamentos: Alguns medicamentos têm como efeito colateral a produção excessiva de saliva. Se um medicamento em uso contínuo estiver causando sialorreia, recomenda-se substituí-lo por outra fórmula, sempre com a orientação do médico responsável.
  4. Infecções e inflamações na boca: O aumento do fluxo salivar também pode ser uma reação a cáries, aftas, caxumba, erupção dentária e periodontite. Portanto, o combate ao problema deve começar com o tratamento da infecção ou a remoção do tecido infectado.

Como é feito o diagnóstico e o tratamento?

O tratamento da sialorreia requer uma abordagem colaborativa entre profissionais de diversas áreas da saúde. Dependendo da causa e da gravidade do problema, pode ser necessária uma equipe multidisciplinar capaz de prescrever medicamentos e conduzir as seguintes práticas:

  • Reabilitação fonoaudiológica;
  • Aplicação de toxina botulínica nas glândulas salivares;
  • Indicação de aspiradores portáteis para casos graves;
  • Utilização de adesivos transdérmicos com substâncias terapêuticas;
  • Radioterapia para pacientes que não podem ser operados ou usar medicamentos;
  • Procedimentos cirúrgicos para casos em que os medicamentos não são eficazes.

O diagnóstico e a escolha do tratamento adequado são baseados nos sintomas, incluindo a duração de cada um e as situações que normalmente os acompanham. Além disso, é comum realizar exames físicos, focados na cavidade oral, na posição da cabeça e na análise dos nervos cranianos.

Além das consultas médicas, é importante visitar regularmente o dentista para aumentar as chances de detectar qualquer problema rapidamente. Os profissionais de odontologia estão aptos a avaliar e reconhecer alterações na cavidade oral.

Portanto, ao suspeitar de um quadro de hipersalivação, busque profissionais de confiança para esclarecer suas dúvidas e obter orientações adequadas. O suporte contínuo é crucial para controlar e combater os sintomas da sialorreia, mantendo o paciente tranquilo para seguir cada etapa do tratamento.

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