A cárie é uma das condições bucais mais frequentes nos consultórios odontológicos, podendo afetar indivíduos de todas as idades. No entanto, é importante destacar que existem diferentes categorias de cáries, classificadas de acordo com a região do dente comprometida e as características específicas da lesão.

Independentemente do tipo de cárie, é essencial tratá-la com cuidado, uma vez que, inicialmente, pode não apresentar desconforto, mas, se não for tratada, pode resultar até na perda do dente. Além disso, as cáries têm uma origem comum: a ação de bactérias.

Dado a prevalência desse problema, elaboramos este artigo para fornecer informações detalhadas e destacar a importância do tratamento precoce para evitar complicações. Vamos explorar?

Como as cáries se formam?

A cavidade oral abriga milhões de bactérias, e a convivência com elas sem prejudicar a saúde bucal depende principalmente de hábitos de higiene adequados e uma dieta equilibrada.

A ingestão excessiva de açúcar, amidos e carboidratos simples aumenta a propensão à formação da placa bacteriana, um precursor das diferentes categorias de cáries.

A placa bacteriana leva algumas horas para se formar, enquanto o desenvolvimento da cárie ocorre em um período mais prolongado, algumas semanas ou meses. A persistência de hábitos inadequados favorece o surgimento dessa condição bucal.

Quando a placa bacteriana não é removida eficientemente, ocorre uma proliferação excessiva de bactérias que se alimentam dos resíduos. Durante o processo de fermentação, essas bactérias liberam ácidos, os quais corroem o esmalte dentário, originando as lesões características da cárie.

Inicialmente, a cárie se manifesta como uma mancha esbranquiçada e opaca na superfície do esmalte. Se não for tratada nesse estágio inicial, ocorre a corrosão do esmalte, resultando na formação de cavidades que tendem a aumentar se não houver intervenção.

Quando essas cavidades estão apenas na superfície do esmalte, o único sintoma perceptível é uma mancha escura no dente. À medida que a lesão se aprofunda, atingindo a dentina ou a polpa dentária, a sensibilidade e a dor nos dentes se manifestam, especialmente durante a mastigação ou ao consumir alimentos gelados ou doces.

Quais são os 4 tipos de cárie?

Conforme mencionado, os tipos de cárie são categorizados com base na região do dente afetada e nas características específicas da lesão. Aqui estão as variações desse problema:

  1. Cárie coronária:
    • Lesiona a região da coroa do dente, a parte em contato com os alimentos.
    • Geralmente superficial, facilitando a identificação e o tratamento.
    • Lesão cariosa mais comum.
  2. Cárie radicular:
    • Afeta a região da raiz dos dentes, sendo mais discreta.
    • Manifesta-se em adultos e idosos devido à retração gengival, expondo a porção radicular.
  3. Cárie profunda:
    • Pode atingir a polpa dentária, levando à pulpite (inflamação da polpa).
    • Resulta de uma lesão coronária extensa ou da penetração de microrganismos em trincas minúsculas.
  4. Cárie recorrente:
    • Manifesta-se repetidamente no mesmo local.
    • Comum em áreas propensas ao acúmulo de placa bacteriana, como regiões restauradas ou próteses fixas.
    • Mais frequente em adultos e idosos.

O que acontece com a cárie não tratada?

A placa bacteriana pode se formar mesmo em superfícies dentárias mais lisas. No entanto, quando as bactérias iniciam a formação de cavidades, os resíduos alimentares aderem mais facilmente, proporcionando um ambiente propício para a proliferação microbiana.

Portanto, um quadro de cárie não tratada tende a se agravar progressivamente. A lesão se estende por todo o dente, inclusive na cárie coronária, escavando completamente o esmalte e alcançando a dentina e a polpa.

Os diferentes tipos de cárie, quando não tratados, comprometem a estrutura dentária, resultando na perda do dente. No caso da cárie radicular, pode ocorrer inflamação ou infecção dos tecidos periodontais, desencadeando condições como gengivite, periodontite e abcessos.

Quadros mais severos podem causar complicações sistêmicas, uma vez que as bactérias presentes em inflamações e infecções podem entrar na corrente sanguínea e se disseminar para outros órgãos.

Como funciona o tratamento e a prevenção de cáries?

O tratamento das cáries varia conforme a gravidade da lesão. Lesões mais superficiais são removidas pelo dentista, que realiza a higienização do local para eliminar bactérias e, em seguida, restaura o esmalte.

Quando a polpa dentária é afetada, pode ser necessário um tratamento de canal para remover tecidos lesados ou necrosados e conter a inflamação. Em casos de cáries extensas, que comprometem a estrutura dentária, intervenções mais complexas são necessárias, incluindo a confecção de uma coroa dentária para reconstruir o dente.

Embora a cárie seja tratável, a prevenção é fundamental. Adotar hábitos saudáveis, como evitar o consumo excessivo de açúcar, escovar os dentes regularmente, usar fio dental e escolher um creme dental enriquecido com flúor, é crucial para prevenir o surgimento de cáries.

O enxaguante bucal pode ser incorporado, mas é aconselhável optar por produtos sem álcool para não ressecar a mucosa bucal. Além disso, o consumo moderado é recomendado para não prejudicar as bactérias benéficas presentes na boca.

Realizar consultas regulares ao dentista complementa a prevenção, permitindo que o profissional monitore a saúde bucal, identifique sinais precoces de problemas e forneça orientações personalizadas. Consultas a cada quatro meses são uma prática ideal.

Em resumo, embora a prevenção dos diferentes tipos de cárie siga princípios semelhantes, a avaliação regular por um especialista é essencial para identificar fatores de risco individuais e garantir um cuidado eficaz do sorriso, prevenindo o desenvolvimento desse problema bucal.

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